O desdobramento do aprendizado do desenho
A pré-produção de um curta-metragem
Trabalho de conclusão de curso de Design Gráfico da UEMG
Havia uma grande vontade de se desenhar na infância, decidindo-se desde cedo ser um desenhista. Com o acesso a informação hoje, é possível que qualquer pessoa siga essa carreira. No início da jornada, surgem diversas oposições que, semelhantes a provas, testam a força de vontade do estudante: a grande ansiedade pelos resultados, o medo de errar, a falta de fé em suas próprias capacidades e muitos outros problemas. E toda essa frustração é exaltada na frase:
"Eu não tenho talento para desenhar!"
O aparente esforço sem resultados frutíferos impossibilitam estudantes a acreditar que é possível adquirir a habilidade de desenhar. Aparenta ser uma peripécia mística, dotada somente de sorte e talento já conquistado quando se nasce.
Sendo assim, qual é o grande truque dos artistas “dotados”? Ter um bom material? Uma boa coordenação motora?
Sendo assim, qual é o grande truque dos artistas “dotados”? Ter um bom material? Uma boa coordenação motora?
O projeto tem o objetivo apresentar a pré-produção de um curta-metragem que manifeste mais abertamente sobre o processo prático de como aprender a ver como um artista, explorando técnicas visuais e narrativas, que ajudem ao espectador refletir acerca de suas próprias crenças no aprendizado artístico.
Inspiração // Indo mais a fundo nas adversidades presentes na área do desenho, através de orientações e com a leitura do livro de Betty Edwards "Desenhando com o lado direito do cérebro", chegou-se a perceber que a dificuldade de adquirir a habilidade artística está muito além da didática dos livros e da áptica, envolvendo o nosso aparato cognitivo que usamos sempre, porém de uma maneira que não favorece a observação plena daquilo que se vê. É preciso de uma visão além da analítica, que possa reconhecer relações entre as formas. Uma visão espacial.
Por que fazer um trabalho sobre isso? // Além da quebra dessa crença sobre o misticismo da habilidade artística, o campo da ciência cognitiva e neuropsicologia merece atenção e ser incentivada na área educacional, para que certas falhas nessa esfera sejam corrigidas, trazendo como consequência a potencialização da inteligência humana e bons resultados para a sociedade em geral, não sendo somente usada em prol do desenvolvimento da inteligência artificial.
Brainstorm // concepção de diferentes narrativas e personagens
Moodboard // Como referências, foram incluídos projetos de diversas plataformas, com certo visual estilo cartoon, rascunhado, com cores simples, porém marcantes, presença de texturas no cenário, representação física de onomatopeias.
Conceito: "É tudo uma questão de perspectiva"
Construção de personagens e estilos // Pensando em uma simplificação para a mudança de consciência, os personagens foram concebidos para se assemelharem a um boneco, para que situações na história não criem estranhamento por motivo do grau de realismo dos personagens.
Apresentam aparente simplicidade para que possam ser identificados como pessoas comuns e serem simpatizados pelo público, que poderá se colocar no lugar dos personagens.
Apresentam aparente simplicidade para que possam ser identificados como pessoas comuns e serem simpatizados pelo público, que poderá se colocar no lugar dos personagens.
Argumento e Storyboard // Em concomitância com a produção do argumento, o storyboard foi criado a mão. Associações ao livro de Betty Edwards foram utilizadas como elementos para o desenvolvimento da história.
Sinopse: mais um dia da aluna em seu cotidiano escolar massivo… a escola de bruxos! Sua vontade de ainda ser uma boa desenhista ainda continua, porém com resultados desanimadores. Como esses bruxos conseguem essa magia? A resposta pode estar um pouco além (e acima) dos olhos!
Video boardmatic // Após a finalização do storyboard, foi iniciado a construção do vídeo “board matic”, sendo esse acrescido de cenas conforme ideias foram sendo adicionadas ao argumento escrito.
Concepts da personagem principal // Energética e agitada, devido a sua ansiedade em conseguir a habilidade artística; Cores primárias para representar sua ingenuidade e ainda a falta de capacidade de mistura/associação do conhecimento.
Personagens Secundários // O mago assistente seria o personagem principal, mas foi mudado para dar lugar a uma protagonista feminina. Apresenta um roxo mais escuro para representar a ilusão da protagonista. O mago mestre aparenta possuir certa insanidade. Também predomina o roxo em sua paleta, mas possui um azul intenso e um chapéu diferente para destacar o seu nível de sabedoria e autoridade.
Modelagem de personagens com clay e cerâmica plástica
Concepts de cenários
Color Script // O curta foi dividido por predominância de cores de acordo com os sentimentos da protagonista.
Teaser // Após o fechamento da história, o teaser foi idealizado, a partir de alguns keyframes; três vídeos pilotos foram realizados, onde mais quadros são adicionados a cada vídeo para garantir certa fluência de movimentos e determinar o tempo transcorrido. A versão final foi feita quadro a quadro com cor.
Título e logo // O título do curta é uma pergunta para que o espectador questione se realmente há mágica no processo de desenhar. Uma logo foi idealizada, tendo como características o cartoon, a diversão e o mistério.
Obrigada! // Thank You!
